O falhanço de uma geração

Inacreditável. Portugal venceu na Polónia, com muito mérito, e deitou tudo a perder em casa. Difícil de entender a forma desastrosa como a equipa abordou um encontro absolutamente decisivo. O sonho caiu, ficou uma exibição negativa para a história e uma lição para o futuro: nunca subestimar o adversário em qualquer circunstância. O falhanço de uma geração que tanto promete...

Passividade ao máximo... deu escândalo
Um desastre autêntico. Quem diria. Ao contrário do sucedido na Polónia, a seleção lusa não conseguiu assumir as rédeas do encontro. Faltou o controlo da posse, de todos os momentos do jogo... e uma defesa disperta. A primeira parte dos comandados de Rui Jorge foi um pesadelo. Nada, mas mesmo nada saiu como previsto.

Por sua vez, a Polónia, revigorada, coesa e bem povoada no miolo, conseguiu incomodar... e muito. As combinações nos flancos iam dando resultado - Yuri Ribeiro e Diogo Gonçalves demonstraram muita desatenção - e o golo acabou por chegar. Aos seis minutos, Bielik saltou bem alto e, de cabeça, bateu Joel Pereira. A primeira falha de marcação grosseira da turma portuguesa.

Quando se esperava uma reação do conjunto português... o adversário aproveitou para ampliar a vantagem dois minutos depois. Cruzamento da direita e Kownacki, no coração da área, elevou para 0x2. Entrada desastrosa de Portugal que serviu de mote para uma exibição incompreensível nos primeiros 45 minutos.

No ataque, as combinações não eram eficazes e o perigo criado não foi muito. Félix e André Horta assustaram, mas, graças um novo entrosamento simples, a Polónia silenciou por completo o Municipal de Chaves. Novo golo, nova demonstração de passividade da equipa portuguesa que, num ápice, viu-se com a corda ao pescoço. Triangulações simples nos corredores provocaram o pânico total e um escândalo no marcador...

Reentrada de Leão
A substituição de Rafael Leão no primeiro tempo não surtiu efeito... mas na segunda parte a história mudou e a ideia passou a ser bem clara: aposta nas combinações no flanco esquerdo com o extremo do Lille a ser o principal visado.

Portugal acelerou, insistiu e encostou a Polónia às cordas. André Horta e Diogo Gonçalves obrigaram Grabara a intervenções apertadas e, um pouco mais tarde, Diogo Jota reduziu distâncias na cara do guardião polaco. A seleção das quinas mostrou outra cara... e menos não seria de esperar face ao resultado registado.

Por fim, Portugal abrandou nos constantes cruzamentos para a área - algo inconcebível desde o primeiro minuto - e apostou nas combinações rápidas em terrenos adiantados. Ainda assim, deu para um remate ao poste de Gonçalves e pouco mais. Portugal está fora do Europeu 2019 e por culpa própria. Uma falta de nervo inexplicável contribuiu para um desfecho inesperado... e escandaloso.


FONTE: Zerozero.pt